Memória Cinematográfica

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Canções de Amor

Christophe Honoré é um dos diretores franceses que mais têm se destacado no cenário mundial. Autor do longa-metragem “Em Paris”, que passou pela Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no ano passado, e depois entrou no circuito, desta vez estréia nos cinemas, sexta-feira, dia 5 de setembro, “Canções de Amor” (“Les Chansons d’Amour”). Além de escrever o roteiro e dirigir a fita, Honoré recrutou novamente Louis Garrel, que também era protagonista em seu filme anterior.

A narrativa, há de se dizer, não é fácil nem destinada a qualquer público, já que se trata de filme francês (cujas projeções geralmente se limitam aos cinemas do circuito de arte, ou seja, arredores da Avenida Paulista) e também por ser um musical. Na verdade, foi a partir das canções escritas por Alex Beaupain que Honoré chegou ao roteiro final. Então, o diretor coloca os atores para interpretar e cantar, vez ou outra, durante o enredo, principalmente quando estão falando de amor (daí o nome do filme).

Novamente, como “Em Paris”, muitos trechos são filmados em locações da capital francesa, tendo orientação totalmente urbana, assim como os apartamentos dos pais, onde eles se revezam e acabam formando, digamos, um “ménage à trois” (para ficar no idioma de origem).

No filme, Louis Garrel é Ismael, um rapaz que vive em Paris e namora Julie (Ludivine Sagnier), que mora com Alice (Clotilde Hesme), que trabalha no jornal com Ismael. E está fechado o círculo amoroso, que inclui relacionamentos homossexuais não apenas entre as meninas, mas também, como é possível conferir adiante, entre Ismael e um outro personagem.

Embora essa atração possa chocar alguns puritanos, “Canções de Amor” é intimista, cheio de detalhes e aproxima o espectador da narrativa. Há referências, inclusive, da nouvelle vague, o movimento que começou com Jean-Luc Godard e prosseguiu nas mãos de François Truffaut. No entanto, o filme vale mesmo pela direção de atores, pela interpretação do queridinho francês Louis Garrel, pelas locações clássicas que aparecem em Paris e, claro, pelas belíssimas canções que falam de amor (algo há muito esquecido por uns e outros).


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