Memória Cinematográfica

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Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge

A trilogia de “Batman: O Cavaleiro das Trevas” está completa. A partir desta sexta-feira, 27, os fãs brasileiros do super-herói da DC Comics poderão acompanhar, inclusive em Imax, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (“The Dark Knight Rises”), que tem como protagonista Christian Bale e direção de Christopher Nolan.

Diferentemente do filme lançado em 2008 (“Batman: O Cavaleiro das Trevas”), este não tem o Coringa como vilão, o que já é um diferencial na construção da fita. O personagem dá mais motivação ao espectador por suas estripulias, já que era um anarquista.

A desvantagem para esta sequência são os diálogos, que não apresentam os toques de humor vindos principalmente do Coringa. De qualquer maneira, a fita é um excelente convite para ir ao cinema, pois tem ação suficiente para prender o espectador durante os 164 minutos de projeção.

O filme, aliás, começa mostrando que promete muita ação. Na primeira sequência, um avião é sequestrado e a batalha entre o bem e o mal inicia. A questão é que Batman não é visto há oito anos em Gotham City. Ele desapareceu e se tornou um fugitivo ao assumir a culpa pela morte de Harvey Dent.

As coisas em Gotham começam a mudar quando uma ladra, Selina Kyle (Anne Hathaway, de “O Diabo Veste Prada”), tem a ousadia de entrar na mansão de Bruce Wayne para roubá-lo. Uma típica femme fatale, mas cujos diálogos deixam a desejar mesmo que um deles seja bastante feminino. Durante uma negociação, lhe perguntam se ela trouxe companhia. Ela responde: “Gosto de ter alguém abrindo a porta pra mim”.
A partir de então, Bruce Wayne resolve visitar Lucius Fox (Morgan Freeman), o responsável pela criação de toda a parafernália que Batman possui, como a sua roupa e os seu carro.

O que acontece também é o rompimento de Bruce com o seu fiel mordomo, Alfred (Michael Caine), que revela um segredo que envolve sua ex-namorada, Rachel, morta no episódio passado.

Com a ajuda da astuta Selina Kyle, que se transforma na Batgirl (papel outrora vivido por Michelle Pfeiffer), Batman pretende acabar com Bane (Tom Hardy, de “A Origem”), o terrorista mascarado que possui força bruta e planos cruéis para detonar Go­tham. A batalha envolve a briga de Bane e Batman, que volta à ativa, mas também conta com a ajuda da polícia, como o investigador John Blake [Joseph Gordon-Levitt, de “(500) Dias com Ela”].

Também fazem parte do elenco do filme o Comissário Gordon (Gary Oldman), aliado de Batman, e Miranda Tate (Marion Cotillard, de “Piaf – Um Hino ao Amor”), uma milionária filantropa que ocupa uma das cadeiras das Empresas Wayne.

Assim como o filme anterior, este também tem o roteiro escrito a quatro mãos por Christo­pher Nolan e seu irmão Jona­than. Novamente, as filmagens foram parcialmente feitas com câmeras Imax, dando mais amplitude às cenas e marcando o uso da tecnologia na produção de filmes arrasa-quarteirão.

No material de divulgação para a imprensa, Nolan diz que como capturou “quase metade do filme com câmeras Imax de formato grande (…), o público pode ter certeza de que cada exibição do filme será do mais alto padrão e de que se beneficiará da clareza e profundidade” que essas câmeras oferecem. A experiência é realmente enaltecedora e a tela grande, o formato escolhido pela Warner para apresentar o filme à imprensa, na semana passada, coloca o espectador dentro do filme.

Pela primeira vez, três cidades serviram de locação e cenário para Gotham City, que teve cenas filmadas em Pittsburgh, Los Angeles e até na cidade às vezes apelidada de Gotham: Nova York. Diferentemente dos outros dois longas-metragens, neste há muitas referências à cidade. Se “Batman Begins” teve sequências filmadas em Chicago e “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, em Hong Kong, este possui imagens que remetem a Nova York, como a ponte que liga a ilha de Manhattan à cidade.

Nolan afirma, ainda no material de divulgação, que “Gotham sempre foi inspirada em Nova York. É uma versão mais alta, mas essa sempre foi a inspiração, por isso o nome Gotham”.

Outra referência é com relação aos ataques terroristas de 11 de setembro, quando dois aviões atingiram as Torres Gêmeas, em 2001. Um dos personagens toca no assunto depois dos ataques do vilão e que a cidade pode ressurgir, tal como Nova York se reconstruiu após o ocorrido.
No primeiro filme o carro de Batman era o Bat-móvel; no segundo, Bat-Pod, de duas rodas; neste terceiro, Lucius Fox inovou e confeccionou o Bat, um jato portátil sem piloto automático.

Para falar da passagem do tempo, já que Batman não é visto há oito anos, Nolan usa artifícios que não os mesmos utilizados por outros diretores, que se valem de legendas, recurso bastante didático. Em alguns momentos, porém, os diálogos são forçados e dizem exatamente o que o personagem está fazendo. Desnecessário.

Outro ponto fraco é a música de Hans Zimmer, que se torna alta demais e constante, fato que tira a sua força. De qualquer maneira, o som, que faz tremer o chão da sala Imax, é de arrepiar!

Este não é o melhor filme de Christopher Nolan. No entanto, ele não fica devendo ao espectador. Entrega a obra recheada de adrenalina, ação e emoção, principalmente nos momentos finais, quando se tem a ideia de que talvez um outro episódio esteja sendo preparado, ainda que não pelas mãos do mesmo diretor.

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