Memória Cinematográfica

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Amor Profundo

Estreia 12 maio 2013

A fase azul, do pintor e escultor cubista Pablo Picasso, é a mais depressiva de todas. As obras produzidas no início do século 20 são tristes, amargas e as tintas usadas são escuras, principalmente em tons de azul.

O diretor Terence Davies adaptou roteiro para o cinema inspirado no livro “The Deep Blue Sea”, escrito por Terence Rattigan. O azul (blue) do título lembra justamente a fase de Picasso, já que trata-se de um longa-metragem cuja protagonista, vivida por Rachel Weisz, passa por depressão e tenta se matar. No Brasil, porém, o título do longa ficou como “Amor Profundo” e em nada remete à depressão.

Na trama, Hester Collyer (Rachel Weisz) revive sua história de vida, de traz pra frente, e o espectador vai conhecendo os motivos que ela teria para tentar se matar. Sozinha em um apartamento na década de 1950, ela remonta o seu passado recente. Em uma época na qual não era comum ver as mulheres trabalhando, Hester tem uma vida difícil pela frente, mas se mostra ser mais esperta do que aparenta.

Hester deixa a boa vida ao lado do marido, William Collyer (Simon Russell Beale), um juiz bastante influente, mas cuja mãe não se bica muito com a esposa. Então ela se envolve com um piloto (Tom Hiddleston), que acaba de voltar da guerra e se lamenta de não ter um emprego, mas tem uma vida muito mais excitante do que o juiz.

A fita traz música tensa e um filtro azul para representar a depressão. Os personagens vão, em uma determinada cena, ao museu e a moça quer ver o cubismo, enquanto o piloto prefere ir ver os impressionistas, como Claude Monet.

“Amor Profundo” é um filme denso, com muitas brigas conjugais que persistem mesmo depois que a moça tentou se matar, mas uma ótima oportunidade de apreciar boas representações emolduradas por uma direção de arte inspirada durante o pós-guerra de tirar o chapéu.

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