Memória Cinematográfica

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Magic Mike XXL

Estreia Folha 6 julho 2015

Quem se dispuser a sair de casa para assistir ao longa-metragem “Magic Mike XXL”, cuja estreia está apontada para o dia 30 de julho, saiba que não basta ir com o coração e a mente abertos devido ao conteúdo. Leve na bolsa uma boa dose de paciência.

Assisti ao filme em primeiríssima mão. Embora eu já soubesse do conteúdo do longa (show de strip-tease de rapazes), não imaginava o que viria pela frente. E coisa boa não foi.

Se, no primeiro “Magic Mike”, lançado em 2012, a direção era de Steven Soderbergh –e esta assinatura já te tirava de casa–, agora ele atua apenas como produtor-executivo. Isso quer dizer que ele até participa do filme, mas a obra não tem o seu olhar.

A direção desta sequência ficou a cargo de Gregory Jacobs, que atuou, por exemplo, como assistente de direção de Soderbergh em “Terapia de Risco” e no próprio “Magic Mike”.

 

Primeiro, vou adiantar: as mulheres não precisam ficar constrangidas com as cenas. Não há nudez (a não ser de peitoral e bumbum) nem sexo. O problema do filme é a falta de história. Isso, sim, é constrangedor.

Se o primeiro longa tinha Matthew McConaughey como protagonista, neste a estrela é Channing Tatum. A  troca é justa, é verdade. Porém, embora ele arrasasse na dança, aqui o espaço para coreografias é bem pequeno. Quando elas aparecem, há sempre uma insinuação ao sexo –o que empobrece a história. A mulher, aliás, está sempre presente nessas cenas, principalmente os estereótipos, como a gordinha, a oriental, a negra, a casada.

Na trama, Mike (Tatum) deixou a vida de stripper e voltou a ser marceneiro. Até que reencontra os demais Reis de Tampa e eles decidem fazer o último show antes de largarem de vez a profissão. Além de Tatum, estão no elenco Matt Bomer, Joe Manganiello, Kevin Nash, Adam Rodriguez e Gabriel Iglesias.

O enredo tenta se sustentar como um road movie, quando os personagens seguem para outras cidades a bordo de um food truck (!), mas é fraco e não consegue segurar o espectador para o momento final. Quando chega lá, é decepcionante e o clímax não aparece. Não há peito malhado que segure a atenção da plateia por quase duas horas.

Se existe um preconceito sobre o conteúdo do filme, o problema não são os rapazes sem roupa, é a falta de uma história instigante e que valha o ingresso.

Texto originalmente publicado no Blog do Guia

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