Memória Cinematográfica

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50 São Os Novos 30

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Voltar para a casa dos pais depois da separação… Quem nunca? rs

Piadinha à parte, a história de Marie-Francine (Valérie Lemercier, de “As Férias do Pequeno Nicolau”) é mais ou menos esta em “50 são os Novos 30” (“Marie-Francine”), longa-metragem que passou durante o Festival Varilux de Cinema Francês, em junho, e depois entrou em cartaz em um pequeno circuito.

Após de ser abandonada pelo marido, vivido por Denis Podalydes, de “Monsieur & Madame Adelman”, Marie resolve sair de casa. Ela, e não ele. Porém, neste mesmo período ela é demitida o emprego depois de dez anos trabalhando como médica. Sem marido e sem trabalho (leia-se, sem dinheiro), ela resolve voltar para a casa dos pais. Enquanto isso, o marido vai morar com uma moça com a metade da sua idade.

Para ajudar a filha, pai e mãe resolvem abrir uma loja de cigarros eletrônicos em Paris e fazem com que Marie trabalhe lá. Assim, pode se ocupar até que resolva o que vai fazer da vida dali pra frente.

Enquanto isso, é infantilizada pelos pais, que se divertem por ter a filha cinquentona dentro de casa de novo. Promovem jantares com futuros pretendentes, como se ela quisesse se casar novamente. Em um dos dias em que está trabalhando na loja, conhece Miguel (Patrick Timsit), mas, sem coragem em admitir, os dois escondem o fato de terem voltado para a casa dos pais a esta altura da vida.

 

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Embora o título original se refira à protagonista, no Brasil ele ganhou um nome mais engraçadinho, referindo-se aos novos tempos. É forçado, claro, dizer que os 50 são os novos 30, embora há quem pregue que os 30, esses sim, sejam os novos 20, em alusão ao fato de as pessoas estarem adiando hoje em dia o casamento (se é que ele acontece um dia) e também a maternidade. Se nos anos 1970, as mães que davam à luz tinham média de 20 anos de idade, hoje, nos anos 2010, as mães há algum tempo estão protelando a maternidade e dando à luz com 30, 40 anos.

No longa, Valérie Lemercier é a atriz protagonista, mas ela também dá uma de polivalente e assina a direção e o roteiro, este escrito a quatro mãos ao lado de Sabine Haudepin.

A piadinha da idade é só uma piadinha tosca mesmo, mas o filme discute o empoderamento da mulher, que pode largar tudo e recomeçar a vida, mesmo que para isso precise da ajuda dos pais (por que não?). Que a mulher resolve sair de casa e recomeçar, e que pode negar voltar ao marido depois do arrependimento dele.

“50 são os Novos 30” é um filme leve, despretensioso e que em algumas cenas faz rir.

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