Memória Cinematográfica

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Os Incríveis 2

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Já faz 14 anos que a Pixar levou às telas a animação “Os Incríveis“, sobre uma família de super-heróis que não podem ser quem eles realmente são, mas na verdade estão preparados para ajudar a solucionar os crimes da cidade onde vivem.

Em “Os Incríveis 2” (“The Incredibles 2”), o diretor e roteirista Brad Bird (também responsável por “Ratatouille” e “Missão: Impossível – Protocolo Fantasma“) dá uma turbinada na vida secreta dos super-heróis e coloca uma pimenta ainda mais forte na vida deles. Isso porque no novo filme, que estreou em 28 de junho nos cinemas, a família Incrível, composta pelo senhor Incrível, pela Mulher-Elástica e pelos filhos Violeta, Flecha e Zezinho, tenta ser normal, mas não consegue se esconder por muito tempo.

Além de contar a história contra o vilão, que é o hipnotizador, a trama enfoca a troca de papéis tradicionais do homem e da mulher. No filme, agora a mulher sai de casa para salvar uma cidade, enquanto o homem fica cuidando dos filhos.

A Mulher-Elástica foi escolhida por uma grande empresa para encabeçar um projeto que pretende fazer com que os super-heróis deixem de se esconder. Enquanto ela sai para salvar o mundo, começando pela cidade New Urben, o senhor Incrível fica em casa ajudando Flecha a estudar matemática (que mudou, desde quando ele estudou), Violeta a superar o fora do provável  namorado, e o desenvolvimento dos primeiros super-poderes de Zezinho.

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Aqui, Bird aproveita para mostrar uma mulher empoderada, como se diz hoje em dia, enquanto o homem, sem problema nenhum, troca a fralda e faz o bebê dormir, além de sentir na pele as dificuldades de todas as mulheres quando viram mães: é muito mais difícil cuidar de um bebê em casa do que trabalhar fora…

A mulher desempenha o seu trabalho com louvor, mas não sem sentir culpada por não ter participado do desenvolvimento do bebê. Por outro lado, o pai se empenha em se sair bem nessa sua nova função, embora se sinta colocado de escanteio, quando vê a mulher ser escolhida para ser a heroína da vez.

O longa-metragem de 2004 foi um dos primeiros desenvolvidos em animação para melhorar a técnica na construção e interpretação de pessoas. De lá para cá houve muitos na categoria, como “Up – Altas Aventuras“, “Valente” e o mais recente “Viva – A Vida É Uma Festa“, além de outros, mas vemos que a tecnologia ajuda bastante na finalização do filme.

Quando assisto a uma animação, sempre me perguntou se o filme não poderia ser live action, ou seja, com personagens de verdade. Neste caso, não teria o mesmo efeito, embora os efeitos especiais estejam aí para isso. Aqui, o navio navega em alta velocidade, o carro sai do asfalto e vai para a água sem problemas, além de os super-poderes serem fáceis de engrandecer em uma animação. O som está ainda melhor, principalmente quando temos a sensação de que tem alguém falando com a gente ao nosso lado ou logo atrás, de tão realista que parece.

Por falar em som, a trilha sonora do longa é um ponto extra. Michael Giacchino é o responsável pelas composições, assim como fez em outros tantos longas que estão no seu currículo, como “Viva – A Vida É Uma Festa“.

Assisti à versão dublada do longa, em uma sessão matinê. Perdi a oportunidade de ouvir Brad Bird interpretando Edna Mode ou Samuel L. Jackson, como o Gelado. Mas tem o jornalista Evaristo Costa dublando um jornalista. Desde que ele saiu da Globo, há um ano, pode aceitar convites como esse.

Além de animar as crianças, “Os Incríveis 2” fala para os adultos de maneira tão natural sobre família e tudo o que ela representa, que deu vontade de sair correndo do cinema e apertar a nenê…

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